O nome: No século IV, essa semana especial chamava-se Hebdomada paschalis (semana pascal), e no século seguinte passou
a chamar-se Semana Autêntica. Isso em Roma. No Oriente, chamava-se Semana Maior. Por esse mesmo tempo surgiu o nome Semana Santa.
Duração: Como dissemos, inicialmente, talvez já nos
ingo, em que se celebrava a ressurreição de Cristo. Depois, foi incluída também a quarta-feira, para lembrar o dia em que os chefes judeus decidiram prender o Salvador.
O nome desse doming
o já existia lá pelo ano 600 e pouco. Houve tempo em que esse domingo se chamava Capitulavium (Lavação das cabeças), porque nesse dia, os que iam ser batizados no sábado seguinte, participavam de uma cerimônia preparatória, quando suas cabeças eram solenemente lavadas.
A procissão de ramos: come
çou a ser feita em Jerusalém, no século IV, para relembrar a entrada solen
e de Jesus, aclamado como Messias. Não se tratava apenas de relembrar um fato do passado, mas de dar um testemunho público de fé em Jesus como o Salvador enviado.
Em Jerusalém
Na Idade Media, a celebração do Domingo de Ramos deu oportunidade para grandes encenações do episódio. Em alguns lugares não faltava nem mesmo um burrinho de madeira, arrastado sobre rodas. Sobre o burrinho vinha uma imagem de Jesus.
Leitura da Paixão: Já era feita, nos tempos mais antigos. Lá pelo ano 1000, as Igrejas do norte da Europa introduziram o costume de fazer a leitura, ou o canto, de forma dialogada por várias pessoas. Salientava-se assim a dramaticidade da narrativa.
Quinta-feira Santa
Seu nome antigo era: Feria quinta in Coena Domini, Quinta-feira da Ceia do Senhor; isso já no século V. Em alguns lugares chamava-se Dia da Traição.
Missa dos Santos Óleos: Data do século VI o costume de fazer na Quinta-feira santa a bênção dos santos óleos. Isto é, do óleo usado para as unções nos sacramentos da Batismo,da Crisma e dos Enfermos.
origem da cerimônia foi o costume que havia de deixar o altar sem toalhas quando não se celebrava a eucaristia. Na idade Média, surgiu o costume de, nesse dia, se lavar o altar com água e vinho. Inicialmente era a prosaica limpeza do altar e de toda a Igreja para as solenidades de Páscoa. Mas em breve passou a ser um rito com significado simbólico.
Lava-pés: A cerimônia do Lava-pés procura reproduzir ritualmente o gesto de Cristo que lavou os pés de seus discípulos, como prova de amor e disposição para servir. O costume já existia desde o século VI. Em
O Lava-pés chama-se também Mandatum. Esse nome vem das palavras de Cristo cantadas durante o rito: “Eu vos dou, um novo mandatum, um novo mandamento.
Sexta-feira Santa
Desde os tempos primitivos do cristianismo, nesse dia não se celebrava a eucaristia. Havia apenas leituras e orações. As cerimônias litúrgicas desse dia trazem ainda a marca de uma antiguidade muito grande. É composta de três partes:
2) Adoração da Cruz:Desde logo é preciso fazer um esclarecimento: Aqui a palavra “adoração” significa apenas veneração solene. Adoração, no sentido próprio, pode ser prestada só a Deus.
A cerimônia da Adoração da Cruz, teve origem em Jerusalém, no século IV, depois que Constantino encontrou as relíquias da Cruz do Salvador. Aos poucos a cerimônia foi sendo adotada também por outras cidades onde havia relíquias da Cruz. Mais tarde, foi assumida por todas as Igrejas. Prestando uma veneração especial à Cruz ou ao Crucifixo, manifestamos nossa fé no Cristo Redentor, que nos salvou por sua morte. Adorando a cruz, é de fato ao Cristo que adoramos, reconhecendo nele o Filho de Deus Encarnado e oferecido em sacrifício por nós.
3) Comunhão:Desde os tempos mais antigos foi costume não celebrar a Missa na Sexta-feira Santa. Geralmente a explicação dada é que assim a Igreja quer manifestar seu luto pela morte do Salvador. Até o século VIII não havia nem mesmo a comunhão, que só aos poucos foi introduzida na liturgia do dia. Em l622, foi proibida a comunhão dos fiéis. Isso continuou até os nossos dias, quando foi reintroduzida.
Sábado SantoDesde os tempos primitivos, também no Sábado Santo não havia celebração da missa. Os fiéis reuniam-se nas igrejas para uma última preparação dos que iam ser admitidos ao batismo. Eles tinham acabado de aprender o Credo, e nesse dia eram trazidos para diante da comunidade, para fazerem uma solene declaração de fé.
Ao cair da tarde começava a solene vigília, que se prolongava até o nascer do sol do Domingo da Ressurreição. Com o passar do tempo, o início dessa vigília foi sendo colocado cada vez mais cedo, até ser realizada na manhã do próprio sábado. Assim foi até a reforma realizada pelo papa Pio XII que, apropriadamente recolocou a Vigília Pascal na noite do Sábado Santo. Assim, já não tem cabimento falar em Sábado da Aleluia. A comemoração da ressurreição é agora feita com muito mais sentido nas horas noturnas.
Solene vigília de Páscoa: Seu horário de início varia um tanto de lugar para lugar. De modo geral está marcado em torno das 22 horas. Sua liturgia consta de quatro partes:
1) a bênção do fogo novo: Essa cerimônia começou a ser realizada de modo mais geral só a partir do século IX. No pátio, à entrada da igreja, acendia-se o fogo, usando pedras. Talvez inicialmente não fosse propriamente uma cerimônia, mas apenas um gesto normal, imposto pelas circunstâncias. Na quinta-feira, tinham sido apagadas todas as luzes da igreja. Era preciso reacendê-las para as funções noturnas. O meio normal para se conseguir fogo era o uso de pedras, uma vez que não dispunham de nossos meios modernos.
Isso já nos ajuda a perceber o que significa a cerimônia: glorificação alegre do Cristo que ilumina o mundo. A cada vez que o diácono canta A LUZ DE CRISTO!, o celebrante, o clero e o povo vão acendendo também suas velas na chama do círio. Em breve toda a igreja está iluminada por velas, que foram todas acesas na mesma chama. Cristo é a Luz, da qual todos os homens recebem a vida, a mesma vida em todos. O Círio Pascal é colocado ao lado do altar. Canta-se então uma das melodias mais belas de toda a música da Igreja: o Exultet – Alegre-se agora toda a multidão dos anjos do céus… Não sabemos com certeza quando começou essa tradição litúrgica. O certo é que já encontramos referências lá pelo ano 384.
3) a bênção da água batismal: Nos primeiros séculos da Igreja, era neste sábado que se fazia o Batismo dos que, durante um tempo mais ou menos longo, tinham sido preparados para a admissão na comunidade. Os que já tinham abraçado a fé cristã, mas ainda estavam recebendo a catequese, chamavam-se catecúmenos. Nessa noite de vigília recebiam as últimas instruções e ouviam com a comunidade leituras da Escritura apropriadas para a circunstância. Logo em seguida o bispo, rodeado pelos sacerdotes e acompanhado pelos catecúmenos e seus padrinhos, dirigiam-se para a fonte batismal, enquanto os fiéis permaneciam na Igreja. A fonte batismal geralmente estava colocada num ambiente separado, chamado Batistério. Durante muitos séculos a fonte batismal era como que uma pequena piscina, onde as pessoas podiam ser mergulhadas na água. Desde os primeiros séculos também, em alguns lugares a fonte estava colocada num local um pouco mais baixo que o piso do batistério, tendo ao centro uma coluna com um reservatório de água. Água que era abundantemente derramada sobre a cabeça dos neófitos (palavra grega que significa novas plantas).
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